Infestação de mosquitos; clima com temperaturas mais quentes
propiciam maior frequência de mosquitos. Saiba como evitar e ter alguns
cuidados básicos para se manter longe da picadas destes terríveis
insetos.
Destaque
CBN Foz
Mosquitos: saiba como se prevenir e evitar doenças transmitidas por pernilongos
Mosquito, Murissoca, e pernilongo são termos utilizados em referencia a diversos insetos da família
Culicidae. As fêmeas em muitas regiões são designadas vulgarmente como
melgas ou tropeteiros. Como os outros membros da ordem Diptera, os
mosquitos têm um par de asas e um par de halteres, que são estruturas
responsáveis pelo equilíbrio do inseto durante o vôo.
Em geral, apresentam dimorfismo sexual acentuado: as fêmeas
apresentam antenas pilosas e são muito mais corpulentas que os machos,
que apresentam antenas plumosas.
As fêmeas na maioria das espécies de mosquitos são hematófagas, ou
seja, sugam sangue de outros animais, o que lhes deu a fama de serem os
mais mortíferos vetores de doenças conhecido pelo o homem, matando
milhões de pessoas ao longo de milhares de anos. O comprimento varia,
mas raramente é superior a 16 milímetros, e peso de até 2,5 mg. Um
mosquito pode voar por 1 a 4 horas continuamente até 1–2 km / h ,
viajando até 10 km em uma noite. A maioria das espécies alimenta-se no
período de menos luminosidade, do entardecer ou amanhecer.
Os mosquitos são encontrados em quase todas as regiões do globo,
exceto na Antártica. Eles conseguem habitar uma vasta gama de
comunidades bióticas, como tundras, florestas boreais, montanhas,
planícies e desertos.
Evolução na Pré História
Acredita-se que os mosquitos tenham evoluído cerca de 170 milhões
de anos atrás, no momento o primeiro registro conhecido ocorreu durante o
período Jurássico (199-144 milhões de anos atrás), com o mais antigos
fósseis conhecidos são do Cretáceo (144-65 milhões de anos atrás).
Acredita-se que tenham evoluído na América do Sul, espalhando-se
inicialmente para o norte do continente Laurásia e re-entrando nos
trópicos pelo norte do país. A família
Culicidae, pertence à ordem Diptera e contém cerca de 3600 espécies em
três subfamílias: Anophelinae (3 gêneros), o Culicinae (pelo menos 37
gêneros e mais de 80% de todas as espécies) e os Toxorhynchitinae (1
gênero).
Doenças transmitidas pelos Mosquitos
Maleita ou malária: um plasmódio que é transmitido
por algumas espécies de Anopheles. A maioria desses insetos possui
hábito noturno, ou seja, as fêmeas vão em busca do sangue nesse período,
durante o dia ficam abrigados protegendo-se do excesso de luz e vento.
Causada por um vírus e transmitida por Aedes aegypti e por outras
espécies de Aedes. Seu nome se deve ao fato de ter sido originalmente
descrito do Egito, foi "distribuído" pelo homem através de embarcações,
trens entre outras formas. No Brasil está sempre próximo ao domicílio
humano, raramente em ambientes silvestres. Sua importância se dá ao fato
de ser transmissor da Febre Amarela e Dengue. Para se procriar procura
recipientes artificiais que se enchem de água de chuvas quando
abandonados a céu aberto, esses recipientes podem ser caixas d'água,
pneus, latas, vasos, piscinas e aquários abandonados etc., sendo que
procuram por água limpa. Ovos desse mosquito quando colocado sob as
paredes de recipientes podem resistir sem água por muitos meses,
portanto quando cheios novamente pela água da chuva, por exemplo, tem-se
um novo ciclo se formando.
Cada fêmea de Aedes aegypti produz de 70 a 150 ovos. Seu ciclo
evolutivo dura de 11 a 18 dias, e o adulto chega a viver 154 dias. Em um
mês a fêmea pode se alimentar 12 vezes (repastos sangüíneos), picando
várias pessoas, isso é importante, pois quanto mais vezes e mais pessoas
a fêmea picar, maior a chance de poder transmitir doenças.
Filariose
Causada por um verme que é transmitido principalmente por espécies
de Culex, Conhecido como "pernilongo comum", esse mosquito é o principal
vetor da filariose humana, conhecida também como elefantíase . As
filárias têm o corpo fino e alongado. Elas são transmitidas para o homem
através da picada do Culex (quando este está infectado), nesse momento
as larvas das filárias caem no sangue do homem que é o hospedeiro
definitivo, onde irão se reproduzir. Os adultos desses parasitas ficam
no sistema linfático e as suas larvas circulam por todo o corpo. Causam
feridas e inflamações, chegando a causar hipertrofia no local da ferida.
Esse mosquito possui hábito noturno, o que quer dizer que costuma picar
durante a noite (diferente do Aedes). É um inseto bem adaptado aos
costumes humanos, procriando-se com facilidade em águas poluídas.
Leishmaniose
A leishmaniose é uma doença não contagiosa causada por parasitas
que invadem e se reproduzem dentro das células que fazem parte do
sistema imunológico da pessoa infectada. Esta doença pode se manifestar
de duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose
visceral ou calazar.
A leishmaniose tegumentar ou cutânea é caracterizada por lesões na
pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta (esta forma é
conhecida como “ferida brava”). A visceral ou calazar é uma doença
sistêmica, pois afeta vários órgãos, sendo que os mais acometidos são o
fígado, baço e medula óssea. Sua evolução é longa podendo, em alguns
casos, até ultrapassar o período de um ano.
Sua transmissão se dá através de mosquitos que se alimentam de
sangue, e, que , dependendo da localidade, recebem nomes diferentes,
tais como: mosquito palha, tatuquira, asa branca, cangalinha, asa dura,
palhinha ou birigui. Por serem muito pequenos, estes mosquitos são
capazes de atravessar mosquiteiros e telas.
Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da
tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai
aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta
ou secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se
dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral,
ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas,
perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.
A melhor forma de se prevenir contra esta doença é evitar residir
ou permanecer em áreas muito próximas à mata, evitar banhos em rio
próximo a mata, sempre utilizar repelentes quando estiver em matas, etc.
Esta doença deve ser tratada através de medicamentos e receber
acompanhamento médico, pois, se não for adequadamente tratada, pode
levar a óbito.
Prevenção e controle
Os objetivos de qualquer programa de controle de mosquitos devem
ser: evitar picadas de mosquito, manter as populações a um nível
aceitável, minimizar contato entr e mosquito e vertebrados, e reduzir a
fertilidade das fêmeas. Todas estas medidas visam minimizar o
desconforto e os efeitos negativos da picada e perda de sangue e
interromper a transmissão de patógenos.
Modificação do Habitat
Como resultado da estreita relação e impacto causado pelos
mosquitos na população humana, a modificação física de lugares onde os
mosquitos possam pôr ovos, as larvas e pupas se desenvolvem, a lugares
onde os adultos interagem com os seres humanos.
Eliminar locais que acumulem água, propiciando a reprodução de mosquitos.
O que mais demanda trabalho é a redução das áreas onde os mosquitos
depositam os ovos e desenvolvem as larvas. Isto inclui principalmente,
alteração do nível de disponibilidade ou eliminar a água. Por exemplo,
colocar bolas de plástico flutuando na superfície da água das áreas
utilizadas pelos mosquitos para deposito dos ovos e desenvolvimento de
suas larvas tem sido muito eficaz.
No entanto, é óbvio que este é um quadro útil em uma escala
pequena, mas significativa. Eliminar recipientes (naturais e
artificiais) que coletam água, como pneus de veículos, vasos, e qualquer
recipiente ao ar livre com água.
Controle Biológico
Em matéria de controle biológico tem sido tentado e ainda estão
tentando encontrar organismos que consomem ou interferem com qualquer um
dos quatro estágios de vida do mosquito. Podemos fazer menção de várias
estratégias que tem tido algum efeito, entre elas, uso de predadores
aquáticos que consomem larvas e pupas, peixe Gambusia affinis e Fundulus
spp. Outros peixes como Tilápia e Cyprinus que removem vegetação
aquática que proporciona abrigo para mosquitos.
Entre as muitas espécies de organismos que têm sido procuradas que
podem exercer algum controle sobre mosquitos, devemos salientar as
bactérias thuriengiensis Bacillus. israelensis ou IPV. Neste caso, é um
larvicida e morre como resultado da ingestão de uma toxina de proteína
cristalina produzida pela célula durante a esporulação. Esta toxina
afeta o intestino e, assim, a digestão, causando a morte da larva.
Controle Genético
Este é um método dentro do controle biológico que está em fase
experimental devido aos resultados limitados. Suas estratégias visam à
liberação de machos estéreis ou incompatíveis resultando em um declínio
da população, e também a liberação dos vetores naturais.
Controle Químico
Larvicidas
são colocados na água, onde as larvas se desenvolvem ou onde a água se
acumula, proporcionando um ambiente adequado para a oviposição e
desenvolvimento larval.
Entre os aprovados para o uso estão hoje, o óleo mineral,
organofosforados e reguladores de crescimento de insetos. Os óleos de
rápida degradação são dispersos para cobrir a superfície da água, o que
sufoca larvas e pupas. O regulador de crescimento mimetiza um hormônio
juvenil e interfere na metamorfose e na emergência de adultos. A escolha
do tipo e da formulação do larvicida depende da biologia do mosquito, o
tipo e o tamanho do habitat. Alguns permitem que você aplique quando a
área está seca e, em seguida, é ativado quando a região fica alagada.
Antigamente, esses produtos eram parte de um arsenal de estratégias no
controle da malária a nível mundial.
Inseticidas
Existem várias formas de aplicação de inseticidas, destacando- se
residual, fumacê e ultrabaixo volume. Em escala maior, o residual é
usado com aplicações de inseticidas nas paredes internas e externas das
casas e nos abrigos de animais domésticos, considerados locais de
repouso dos mosquitos domiciliares.
O inseticida de escolha é o DDT em vista de seu baixo custo e alto
efeito inseticida. No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde não utiliza
mais o DDT em suas atividades antianofélicos, mesmo na Amazônia; a
recomendação atual é de se usarem piretróides, que, apesar do preço
elevado, possuem ótima ação inseticida e nocividade ambiental
irrelevante. Outros inseticidas sintéticos a base de organofosforados e
carbanatos também são utilizados, porém necessitam de aplicações mais
frequentes (cada dois a três meses).
Fumacê
O tratamento por aspersão (fumacê) é usado principalmente em
epidemias para matar rapidamente os mosquitos adultos que estão
infectados, evitando assim a disseminação de doenças. Os inseticidas são
vaporizados nos dispersores em altas temperaturas (acima de 200°C) e
podem ser aplicados por veículos ou por uma pessoa. Os aerossóis de
ultrabaixo volume (UBV), que são também produzidos por máquinas, podem
usar os inseticidas Malathion, Fenitrothion ou Permetrina e aplicados
por veículos de modo que possam cobrir uma área grande num tempo curto.
Controle Comportamental (Atraentes)
Este método consiste em atrair e capturar os insetos em armadilhas,
reduzindo a população de insetos a níveis toleráveis. Este método é
utilizado na agricultura para o controle de vários insetos-praga, porém
na Entomologia Médica-Veterinária é usado apenas para o controle de
alguns insetos, como, por exemplo, a mosca tsé-tsé (Glossina morsitans)
no Zimbábue. Este método alternativo de controle de insetos tem sido
extensivamente estudado em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Atualmente, este método está sendo usado experimentalmente para
monitorar fêmeas grávidas de Aedes aegypti em áreas urbanas por meio de
armadilhas de oviposição em atraentes. Os atraentes são voláteis,
provenientes de infusões de matéria orgânica (ex.: gramíneas) que atraem
fêmeas grávidas de mosquitos para a oviposição. Outros atraentes que
estão sendo pesquisados e apresentam grande potencial para capturar
mosquitos adultos são originados dos voláteis do odor humano, que atraem
fêmeas para o repasto sanguíneo (ex.: CO2, octenol, ácido láctico e
outros voláteis). Armadilhas luminosas também são utilizadas para
capturar mosquitos em áreas silvestres.
Unesp descobre uma substância que repele e mata o mosquito da dengue
Pesquisadores da Unesp de Rio Claro
(SP) criaram uma substância capaz de repelir e matar o mosquito da
dengue. A fórmula tem uma bactéria tirada do solo contaminado com
petróleo. Experimentos de laboratório já demonstraram a eficiência do
produto, entrentato, para chegar ao mercado, ainda é preciso baratear os
custos de produção.
Armadilha caseira para mosquito
Repelente natural contra mosquitos
Video reprodução: PUC-PR
Monitoramento
Esta atividade é crucial para um programa de controle eficaz, pois
tem por objetivo determinar a distribuição, abundância e grau de
atividade patogênica. A idéia é dispor de informações para agir diante
de um grande problema.
Vírus Zika é a nova doença transmitida pelo Aedes aegypti
Da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus, a nova febre transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus Zika (genoma RNA), da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus que
em humanos causa a doença conhecida como Febre Zika. “Existe um risco
alto de uma ocorrência explosiva de casos, com pequenos surtos aqui e
ali”, comenta dr. Eurico de Arruda Neto, membro do Comitê Científico de
Virologia da SBI.
O infectologista explica que o vírus se
espalha por não respeitar fronteira. Exemplo claro disso é que em 1947,
constatou-se a presença do Vírus Zika em macacos no local, cujo nome
batizou a doença: Floresta Zika, em Uganda. Somente em 1954 os primeiros
seres humanos foram contaminados, na Nigéria. Porém, em 2007, deixou o
continente africano e asiático, gerando um surto na Oceania – acometendo
75% da população das Ilhas Yap, Micronésia. A França teve 55 mil
infectados em um período de três meses, sendo o único país da Europa que
enfrentou o vírus, no ano de 2013.
Um surto recente do Zika fora da África e
da Ásia teve registro em abril passado, no Brasil, na cidade de
Salvador (BA). Doença desconhecida até então, afetou várias pessoas com
sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia.
Pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde (ISC) da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) relacionaram os casos ao vírus por meio da
técnica de RT-PCR (biologia molecular), utilizada em relatos de 19
municípios, como Ilhéus e Itabuna (BA), desde fevereiro de 2015. A
primeira amostra de sangue contaminada com este vírus foi descrita em
Camaçari (BA), em outubro de 2014.
“O mais importante agora é a comunidade
médica e toda a linha de frente do atendimento de situações suspeitas
ficarem atentas aos sintomas. Diante de febre e quadro que lembre
alergia, inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés, vale pedir o
teste RT-PCR para detectar o RNA viral do Zika”, esclarece Arruda Neto.
Sintomas
A semelhança com a dengue não está
somente na forma de transmissão e no vetor; os sinais e sintomas
apresentados pelos pacientes são febre, manchas pelo corpo, dor de
cabeça, de garganta e nas articulações, náusea e mialgia. Segundo dr.
Eurico, após 2 a 3 dias o indivíduo se cura espontaneamente.
O tratamento da Febre Zika é
sintomático e as manifestações clínicas são leves. Não há, até o
momento, registro de morte pela Febre Zika, um dos aspectos que pode
comprovar a inexistência de febre hemorrágica nos indivíduos infectados
por esse vírus.
Previna-se!
De acordo com o infectologista, a forma mais eficaz de se prevenir contra o Vírus Zika é combatendo o Aedes aegypti – que também protege das outras seis doenças transmitidas pelo mosquito: quatro tipos de dengue, Chikungunya e Febre Amarela.
Medidas como armazenar lixo em sacos
plásticos fechados; manter a caixa d’água completamente vedada; não
deixar água acumulada em calhas e coletores de águas pluviais; recolher
recipientes que possam ser reservatórios de água parada, como garrafas,
galões, baldes e pneus, conservando-os guardados e ou tampados; encher
com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar água de piscinas e
espelhos d’água com cloro são ações fundamentais e contribuem para
evitar a disseminação do vírus transmissor da doença.
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